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Relações de compromisso

Primeira Experiência da Sinfic com Desenvolvimento Offshore - Vantagens e Desvantagens


Em finais de 2006, a Sinfic teve alguma dificuldade em encontrar recursos humanos em Portugal para responder a algumas das suas necessidades na área do desenvolvimento de software. Uma pessoa que já tinha trabalhado em tempos com a empresa sugeriu o recurso a mão-de-obra localizada no Brasil, através de uma empresa local. O resultado da experiência revelou vantagens e desvantagens, mas o saldo foi considerado positivo. A prova disso é que um outro grupo de trabalho da Sinfic continua a trabalhar com uma equipa offshore brasileira, multiplicando inclusivamente por cinco os recursos humanos utilizados naquele país.


A Sinfic aliou a disponibilidade de mão-de-obra no Brasil a custos mais interessantes dos que os praticados em Portugal. Começou com o recurso a duas pessoas, mas em meados de 2007 esse número já tinha sido aumentado para cinco. Este núcleo foi então incumbido de realizar algum trabalho de desenvolvimento de software para um dos grupos de trabalho da Sinfic.

Segundo Humberto Bento, coordenador do grupo de trabalho de biometria na unidade de negócio Projectos Especiais da Sinfic e responsável pela primeira equipa de desenvolvimento no Brasil, cujo trabalho decorreu até finais de 2007, referiu que a experiência se revelou positiva em alguns aspectos e negativa noutros. No que se refere aos aspectos negativos, destacou a elevada rotatividade dos recursos humanos.

Na realidade, a empresa brasileira não tem recursos humanos próprios. Limita-se a recrutá-los pontualmente - sobretudo nas universidades - para responder a solicitações de terceiros. Consequentemente, as pessoas sabem que o trabalho nessa empresa é apenas uma situação transitória até encontrarem trabalho mais estável noutras instituições. No caso concreto da equipa da Sinfic, no final de 2007 ficou apenas um elemento, obrigando à reconstrução de todo o grupo.

Em termos de aspectos positivos, Humberto Bento referiu a existência de competências técnicas e o preço da mão-de-obra. A forma de trabalho com a equipa brasileira também foi sofrendo alguns ajustes ao longo do tempo. Por exemplo, em meados de 2007 foi nomeada uma pessoa no Brasil para assumir a responsabilidade pela coordenação da equipa, a qual actuava como interlocutora entre a Sinfic em Portugal e a equipa de desenvolvimento localizada do outro lado do Atlântico.

Um dos softwares desenvolvido com esta equipa brasileira está actualmente a funcionar sem problemas num cliente da Sinfic. Actualmente, Humberto Bento não está a recorrer a esse desenvolvimento offshore, dado que a sua equipa interna passou a ser responsável por uma outra vertente de desenvolvimento. No entanto, pensa recorrer a equipas offshore logo que isso seja necessário e oportuno.

O recurso a programadores brasileiros tem tido continuidade com uma outra equipa da unidade de negócio Projectos Especiais da Sinfic ligada à Modernização Administrativa. Inclusivamente, a equipa brasileira foi alargada de forma substancial, passando de cinco pessoas para 25. Numa próxima newsletter falaremos deste trabalho mais recente com a equipa de desenvolvimento offshore brasileira, que actualmente já representa um encargo financeiro e um volume de trabalho significativos para a Sinfic.

Na opinião de Humberto Bento, as empresas têm que salvaguardar o fundamental dos seus produtos. Esta parte não deverá ser relegada para equipas offshore, sob pena de estarem a "entregar" os seus produtos a terceiros. Feitas as contas, Humberto Bento concluiu que esta experiência de trabalho resulta, apesar da necessidade de ajustes constantes para se obterem cada vez melhores resultados. Por exemplo, o pagamento à equipa offshore deverá ser feito ao dia (tempo de trabalho) ou à empreitada (trabalho produzido)?

A redução do risco na execução de projectos de desenvolvimento também poderá ser conseguida através do recursos a mais do que uma equipa offshore, entregando processos diferentes a ambas. No caso concreto desta primeira experiência da Sinfic com desenvolvimento offshore, não foi necessária qualquer deslocação de pessoas entre Portugal e o Brasil para desbloquear situações. Todo o diálogo decorreu em reuniões online. No entanto, Humberto Bento considera que existem vantagens no estabelecimento de alguns contactos humanos presenciais.

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